segunda-feira, 22 de junho de 2009

Fisiologia do Mergulho

Entenda um pouco sobre a fisiologia do mergulho...

Quando seres humanos mergulham, são submetidos à condição denominada Hiperbarismo, onde, para não colabarem, os pulmões são enchidos em pressões elevadas, expondo o sangue nos alvéolos também à mesma condição.

Segundo a Lei de Boyle, a profundidade da água causa redução do volume dos gases nos pulmões. Exemplo : Ao nível do mar (1 atm), um pulmão contendo 1L de ar terá seu volume reduzido confme o mergulhador desce em profundidade. Após 10m ( 2 atm ) o volume de ar cairá para 1/2 L. A 70m (8 atm) o volume será de 1/8 L e assim sucessivamente.O Hiperbarismo, por sua vez, leva a alterações na absorção e transporte de gases no organismo. O ar que respiramos é composto basicamente por oxigênio, nitrogênio e gás carbônico. Havendo pressão gasosa alveolar aumentada, haverá hiperabsorção destes gases e isso poderá levar a efeitos deletérios, desde que não sejam seguidas as regras básicas do mergulho.
Scuba
Até os anos 40, quase todos os mergulhos eram feitos empregando um capacete ligado a um tubo de borracha, por onde era bombeado o ar, da superfície para o mergulhador. Em 1943 Jacques Cousteau desenvolveu o aparelho autocontido para respiração em baixo d`agua, ou SCUBA, abreviação do inglês Self Conteined underwater breathing apparatus. Apesar as das evoluções sofridas pelo aparelho e de sua diversidade de formas comerciais, o tipo usado desde sua criação é Sistema de demanda de circuito aberto, contendo ar comprimido em cilindro, válvula redutora de primeiro estágio, uma válvula de de inalação de demanda e válvula de exalação, que possibilita que o ar seja puxado aos pulmões com pressão respiratória ligeiramente negativa e, depois ser exalado no mar sob pressão pequena.
Descompressão
Segundo a lei de Henry, "a solubilidade de um gás no meio líquido é diretamente proporcional a pressão parcial". Quando respiramos sob pressão elevada por longo período, a quantidade de NITROGÊNIO dissolvida nos líquidos corporais aumenta e , como o gás não é metabolizado no organismo, só será eliminado quando sua pressão seja reduzida nos pulmões. Para que isso ocorra de maneira fisiológica, evitando a doença descompressiva o mergulho realiado em profundidades e tempo FORA da faixa azul deve passar por processo de descompressão. Quando o mergulhador sobe de maneira lenta e segura, tem 90 % do nitrogênio eliminado na primeira hora e o restante nas outras 6h. No mergulho descompressivo, o mergulhador permanece determinado tempo em profundidades progressivamente menores até chegar à superfície, seguindo tabelas ja previamente elaboradas.
Lesões do mergulho
Mal descompressivoengloba duas lesões distintas : a embolia gasosa e a doença descompressiva. Ambas ocorrem quando o Nitrogênio, gás inerte presente no sangue torna-se gasoso de uma maneira súbita, devido à rapida mudança de pressão nos tecidos de um ambiente hiperbárico para um hipobárico. Isto pode acontecer, por exemplo, quando um mergulhador que permaneceu um determinado período a uma determinada profundidade, atingindo um perfil descompressivo, sobe de maneira súbita. Por não haver tempo dos pulmões eliminarem o excesso de nitrogênio sanguineo, pode haver a formação de bolhas nos tecidos (Micronuclei). Estas podem cair na corrente sanguínea, ocasionando o Mal descompressivo, caracterizado por embolia gasosa e lesão de orgãos-alvo, como o coração e sistema nervoso central (2% dos casos). Em sua forma tecidual,a doença descompressiva pode ocasionar dores articulares, sendo o ombro mais acometido, dores musculares, paralisias, formigamento de extremidades e fadiga intensa. A pele pode apresentar coceiras e vermelhidão. Nos casos mais graves pode desencadear Incontinência urinária, paralisias, vertigens e perda de consciência.
Seu tempo de desenvolvimento ocorre :
A) 50 % dos casos nos primeiros 30 minutos
B) 85 % dos casos, em 1 h
C)95 % dos casos , nas primeiras 3h.
Fatores de risco: idade, desidratação, Exercício excessivo antes do mergulho, tabagismo, Hiportermia, Alimentação gordurosa antes do mergulho, Sedentarismo e obesidade.

Como funciona o mergulho autônomo?


Física, fisiologia e riscos do mergulho

Ao mergulhar, o corpo deve lidar com dois problemas importantes: pressão e temperatura. A pressão afeta a quantidade dos gases nitrogênio e oxigênio que são dissolvidos no sangue e nos tecidos. A pressão também afeta os ouvidos e os sinos do nariz. A capacidade da água de absorver o calor do corpo pode baixar a temperatura do corpo e colocá-lo em risco de hipotermia.


Problemas: gases dissolvidos sob pressão

O ar que respiramos é uma mistura de principalmente nitrogênio (78%) e de oxigênio (21%). Quando inalamos o ar, o corpo consome o oxigênio, substitui um pouco dele com dióxido de carbono e não faz nada com o nitrogênio. Em pressão atmosférica normal, um pouco de nitrogênio e um pouco de oxigênio são dissolvidos nas partes fluidas do sangue e dos tecidos. Quanto mais se desce, mais a pressão no corpo aumenta e, portanto, mais nitrogênio e oxigênio são dissolvidos no sangue. A maior parte do oxigênio é consumida pelos tecidos, mas o nitrogênio permanece dissolvido. A maior pressão do nitrogênio tem dois efeitos problemáticos no corpo: narcose de nitrogênio e nitrogênio residual.


Primeiro: quando a pressão parcial do nitrogênio atinge profundidades de cerca de 30 m ou mais, passamos por um sentimento de euforia chamado narcose de nitrogênio. A narcose do nitrogênio pode fazer com que nos sintamos relaxados ou com sono, o que significa que o mergulhador pode começar a ignorar os instrumentos, o companheiro de mergulho e até mesmo afogar. A narcose vem repentinamente e sem aviso, mas pode ser aliviada se subirmos e ficarmos em uma profundidade menor, pois o nitrogênio começa a sair da solução, à medida que a pressão diminui.

Segundo: a quantidade de nitrogênio em excesso nos tecidos depende da profundidade mergulhada e da quantidade de tempo passado nessas profundidades. A única maneira de o corpo ficar livre de nitrogênio residual (o nitrogênio em excesso), é subir para a superfície, o que alivia a pressão e permite que o nitrogênio saia da solução. Se subirmos devagar, o nitrogênio sai da solução lentamente. No entanto, depois de termos atingido a superfície, ainda temos nitrogênio residual no sistema e, portanto, antes de mergulhar novamente devemos relaxar e dar tempo ao corpo para ficar livre do nitrogênio residual, antes de mergulhar novamente. Em contraste, se subirmos rapidamente, o nitrogênio sai do sangue rapidamente, formando bolhas: podemos ouvir o som do gás de alta pressão e ver as bolhas que saem rapidamente da solução. É isso que acontece no sangue e nos tecidos. Quando se formam bolhas de nitrogênio no organismo, uma condição conhecida como doença da descompressão ou "a doença do mergulhador", bloqueia pequenos vasos de sangue. Isso pode levar a infartos do miocárdio, acidente vascular cerebral e hemorragia pulmonar e dores nas juntas (um dos primeiros sintomas da doença da descompressão é uma sensação de formigamento nos membros).


Tabelas de mergulho
A marinha dos EUA e organizações de mergulho modelaram a maneira de o corpo absorver nitrogênio à medida que seguimos vários perfis de mergulho e criou tabelas de mergulho que podem ser usadas para calcular quanto nitrogênio será absorvido pelo corpo. Em todas as tabelas, há tempos e profundidades correspondentes, nos quais não é necessário passar por descompressão - os chamados de limites de "não descompressão". Geralmente, quanto mais profundo mergulhamos, menos tempo podemos ficar nessa profundidade - o tempo de "não descompressão" cai, à medida que a profundidade aumenta. Os mergulhadores recreacionais devem planejar seus mergulhos para ficar dentro desses limites e minimizar o risco de doença da descompressão (veja
tabelas de mergulho - em inglês). O instrutor de mergulho mostrará como usar essas tabelas para planejar um mergulho seguro. Além disso, os computadores de mergulho têm essas tabelas programadas neles e usam algoritmos para calcular o tempo seguro no fundo.


A melhor maneira de evitar a doença da descompressão é minimizar o nitrogênio residual, seguindo as profundidades de "não descompressão" e os tempos de permanência fornecidos pelas tabelas de mergulho. Se violarmos os limites de "não descompressão", será necessário ficar mais tempo debaixo d'água em profundidades determinadas pelas tabelas de mergulho, para permitir que o nitrogênio saia do sistema lentamente.
Falamos sobre o nitrogênio sob pressão, mas e o oxigênio? O oxigênio de alta pressão pode provocar convulsões, ataques e afogamento. A
toxicidade do oxigênio chega rapidamente e sem aviso. Para a maioria dos mergulhadores que respiram ar comprimido, isso não ocorrerá até atingirem 65 m abaixo da superfície, normalmente uma profundidade maior que os limites da "não descompressão". No entanto, para os mergulhadores que respiram Nitrox, a toxicidade do oxigênio ocorrerá em uma profundidade menor, pois a pressão parcial do oxigênio na mistura de gás é mais alta. O melhor conselho para evitar a toxidade do oxigênio é saber o limite de profundidade e segui-la à risca.
Uma observação final sobre os gases sob pressão: eles devem fluir livremente para dentro e para fora dos pulmões o tempo todo durante o mergulho. Se seguramos a respiração durante a subida, os gases dentro de nós se expandirão e poderão bloquear a circulação nos pulmões (embolia) ou até mesmo romper os pulmões (pneumotórax). Portanto, não se deve prender a respiração enquanto se respira com o equipamento de mergulho autônomo.


Ouvido e seios nasais

Dentro da cabeça e dos ossos do crânio há espaços. À medida que descemos na água, a pressão da água aperta o ar nesses espaços, provocando uma sensação de pressão e de dor na cabeça e nos ouvidos. É necessário equalizar a pressão nesses espaços com vários métodos -como fechar as narinas e assoar o nariz com cuidado. Se equalizada adequadamente, os seios podem agüentar a maior pressão sem problemas. No entanto, a congestão dos seios provocada por resfriado, gripe ou alergias pode afetar a capacidade de equalizar a pressão e pode resultar em danos ao tímpano.


Hipotermia

Uma temperatura da água abaixo da temperatura do corpo tira calor do corpo. É importante ter proteção térmica adequada (roupas molhadas ou secas) para evitar a hipotermia. A resposta do corpo para temperatura mais baixa do corpo e um dos sintomas iniciais de hipotermia é o tremor. É necessário encerrar o mergulho se começar a tremer.

Outros riscos

Exercício físico em maior quantidade embaixo d'água pode levar à fadiga, à desidratação e a cólicas intestinais ou desordens músculo-esqueléticas. Os mergulhadores devem conhecer seus limites físicos e não ir além deles.
Embora haja muitos riscos no mergulho autônomo, novos mergulhadores podem minimizar os perigos por meio de um treinamento adequado. Programas de certificação em águas abertas ( enfatizam a fisiologia e os riscos para a prática do mergulho seguro. Um mergulhador bem treinado pode desfrutar o esporte de maneira segura, com riscos mínimos para a saúde.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Flutuabilidade


Você já deve ter se perguntado porquê certos objetos extremamente pesados, como um navio, flutuam enquanto outros bem mais leves podem afundar. Na verdade, o que determinaa flutuabilidade de um objeto é a relação entre seu peso e volume. Se o objeto tiver um volume que desloca uma quantidade de água mais pesada que seu próprio peso, flutuará (positivo).


Se este estiver um volume que desloca uma quantidade de água mais leve que seu próprio peso, afundará (negativo) e, se o peso delocado for igual ao seu próprio peso, terá o que chamamos de equilíbrio neutro.

Necessidade do Controle de Flutuabilidade


É fundamental que os mergulhadores tenham um bom controle sobre sua flutuabilidade. Este deve ser praticado com frequência. O mergulhador deverá variar sua flutuabilidade algumas vezes no mergulho ficando:
  1. Positivo na superfície, para economizar energia;

  2. Neutro sob a água, ficando sem peso e evitando bater no fundo, ajudando assim a preservar a delicada vida marinha e seu próprio equipamento.


Ítens Usados


Os dois itens usados pelo mergulhador para controlar sua flutuabilidade são o Colete Equlibrador e o Cinto de Lastro. O Colete permite que você aumente e diminua seu volume, e o Cinto contrabalanceia a flutuabilidade positiva que a maioria das pessoas têm quando equipada.



Influência da Densidade da Água e do Volume Pulmonar


Quanto mais denso o líquido, mais pesado. Em consequência, um mesmo objeto, imerso em água doce ou salgada, terá comportamento diferente, tendendo a flutuar mais na água salgada. Além disto, pulmões vazios diminuem o volume, facilitando a descida do mergulhador.


Espaços Aéreos Corporais e a Pressão da Água


Embora não percebamos, nosso corpo recebe pressão constante pelo ar. Nosso corpo é primariamente líquido, o que distribui esta pressão de maneira uniforme. O corpo tem alguns espaços aéreos, preenchidos com ar a pressão ambiente. Em variações de altitude, sentimos a diferença de pressão, nestes escaços aéreos(seios faciais, ouvido médio e pulmões). Como a água é muito mais densa que o ar, ocorre uma variação de pressão muito maior que a mudança de profundidade.


Relação Pressão/Volume/Densidade


A pressão atmosférica, ao nivel do mar, é 1 ATM(Atmosfera).Isto corresposnde ao peso de toda a camada de ar que envolve a Terra. O mesmo peso é obtido com apenas 10 metros de coluna d'água. Assim sendo, temos acrescimo de 1 ATM para cada 10 metros de profundidade.


O aumento da pressão gera uma diminuição proporcional no volume de um espaço aéreo e vice-versa. A diminuição desse volume gera um aumento proporcional da densidade dentro do espaço aéreo.


Para se manter o volume original do espaço aéreo, deve-se acrescentar mais ar ao mesmo, de maneira proporcional. Este é o conceito de equalização.


A medida que a pressão é reduzida é reduzida na subida, o ar dentro do espaço aéreo expande, até atingir seu volume original, na superfície. No entanto, se algum ar for adicionado a este espaço no fundo, para sua equalização, o volume irá expandir além do inicial, podendo até levar a ruptura deste espaço.



Efeitos do Aumento de Pressão


Como visto, os espaços aéreos são afetados por mudanças de pressão. O mergulhador têm espaços aéreos naturais e artificiais, criados pelo uso de equipamentos. Os naturais mais perceptivelmente afetados são os seios da face e o ouvido médio. O espaço artificial mais afetado é criado pela máscara.


Durante a descida, estes espaços são comprimidos pela pressão. Se esta não for equilibrada, surgirão desconfortos e dor progressivos, podendo levar a um Barotrauma. Barotraumas podem ocorrer no ouvido, seios da face, pulmões e na face. Felizmente, são facilmente evitados pelo mergulhador.


Para evitar o desconforto, deve-se igualar a pressão dentro do espaço interno e a pressão externa da água. Isto é feito através da Equalização, isto é, acrescentar ar aos espaços aéreos a medida que se desce, antes de surgir desconforto.


A equalização dos seios da face e ouvido é feita acrescentando-se ar através de interligações com as vias aéreas (óstios, sinusais e tubas auditivas).


Lembre-se que dentes têm espaços aéreos naturais, podendo surgir cavitações por cáries ou obturações mal adaptadas. A única prevenção para o Barotrauma é fazer check-ups regularmente.


Os pulmões são largos e flexíveis. Como mergulhador autônomo, você equaliza a pressão nos pulmões de forma automática ao respirar continuamente. No mergulho livre, nada acontece desde que você encha os pulmões ao descer pois, na subida, os mesmos voltam ao tamanho original.



Efeitos da Diminuição da Pressão



Como visto anteriormente, toda vez que um mergulhador livre desce, seus pulmões são comprimidos e, voltam ao tamanho inicial quando o mesmo retorna a superfície. Já no mergulho autônomo, nada acontece ao volume pulmonar, desde que o mergulhador respire constantemente. No entanto, se o mesmo prender a respiração durante a subida, o ar irá expandir nos pulmões. Esta expansão pode gerar um sobrepressão pulmonar, a mais séria lesão que um mergulhador pode sofrer.


Embora seja muito séria a sobrepressão pulmonar é também facilmente evitável, bastando que apenas o mergulhador respire sempre.


A regra mais importante do mergulho é:


RESPIRE CONTINUAMENTE E NUNCA PRENDA A RESPIRAÇÃO AO USAR AR COMPRIMIDO.



Ao prender a respiração, você estará bloqueando o escape de ar dos pulmões na subida, e os mesmos irão expandir de forma exegerada, similar ao teste do container.


Nos outros espaços aéreos, o escape de gás se faz de maneira natural, sem gerar problemas. As vezes, o ar pode se aprisionar, gerando o que chamamos de Bloqueio Reverso. Estes são raros e geralmente, causados quando se mergulha resfriado ou o efeito de um descongestionante cessa enquanto o mergulhador está no fundo.


Também pode ocorrer expansão de ar no aparelho digestivo, durante a subida, causando desconforto. É uma situação rara, que pode ser prevenida evitando-se ingestão de alimentos fermentativos antes do mergulho.


Bloqueio Reverso pode ocorrer ainda em dentes mal obturados ou que apresentem erosão interna. Este tipo de Bloqueio Reverso é prevenido com check-ups dentais regulares.


Ao sentir desconforto na subida, por expansão de ar, pare ou diminua a velocidade de subida, desça alguns metros e aguarde o escape de ar. Se você tiver Bloqueios Reversos com frequência procure um médico.



Efeitos do Aumento da Densidade de Ar


Uma pergunta frequentemente feita por leigos é quanto tempo se pode ficar submerso com um cilindro de mergulho. Como veremos, isto depende, entre outras coisas, da profundidade do mergulho. Como ja foi visto; é fácil perceber que a medida que a pressão aumenta mais ar deve ser acrescentado para preencher o espaço aéreo. Aplicando este conceito à respiração, podemos dizer que o ar do cilindro é gasto mais rapidamente, a medida que mergulhamos mais fundo. Assim seu consumo de ar a 20 metros é três vezes maior que na superfície, da mesma forma que é necessário usar o triplo de ar para preencher o espaço aéreo nesta profundidade.


Alem disto, quanto mais fundo você vai, mais denso o ar respirado. Isto afeta a respiração, aumentando a dificuldade inspiratória e expiratória. Para eficiência máxima, respire profunda e lentamente, relaxe e não force seus limites.



Movimentação na Água



Um dos melhores aspectos do mergulho é ser relaxante. Não há porque nadar rápido. Aprendendo a se mover durante o mergulho, sem ficar ofegante, com caimbras ou fadiga, você relaxará e apreciará muito mais deste.


Devido a alta densidade da água, sua resistência ao movimento é muito maior que do ar. A melhor forma de conservar energia e vencer esta resistência, no mergulho é se movimentar lenta e ritmamente. Evite movimentos rápidos, que desperdiçam energia. Não tenha pressa. Quanto maior a superfície de atrito em contato com a água, maior o dispêndio de energia para a natação. Um objeto na horizontal, com uma área frontal pequena, necessita pouca energia para se movimentar em relação a outro, com uma área frontal maior. Mantenha-se na horizontal quando estiver na água. Você gasta menos energia, quando seu corpo e equipamento estão alinhados, pois empurra menos agua. Sempre que possível, nade horizontalmente. Nadar rápido ou trabalhar arduamente na água cansarão você rapidamente. Aprenda a relaxar e ritmar seu mergulho.



Respiração



Os peixes retiram o oxigênio necessário à sua sobrevivência, diretam,ente da água. Não sendo capoazes disto, devemos levar nosso suprimento de ar, quando formos mergulhar. Conhecendo como respiramos, você aprenderá o método apropriado de respiração, durante o mergulho. Este é um passo importante à adaptação ao ambiente subaquático.



Eficiência Respiratória



Toda vez que você respira, inala oxigênio, o gás necessário à manutenção da vida. Quando o ar atinge os pulmões, o sangue absorve oxigênio a ser transportado para as células do corpo, elimina gás carbônico proveniente dessas. Esta troca de gases ocorre somente nos pulmões. As passagens de ar até os pulmões (boca, traquéia e bronquios) contém ar que não toma parte diretamente na troca de gases. Esses espaços são chamados Espaço Morto Respiratório. O regulador e o snorkel aumentam a quantidade de espaços mortos naturais existentes no corpo, através do aumento do volume de passagem de ar nos pulmões.


Ao respirar, o primeiro ar levado aos seus pulmões é aquele presente no espaço morto respiratório, que restou nas respirações anteriores. Este ar é rico em gás carbônico. Se você respirar curto, cada respiração terá uma quantidade relativamente alta de gás carbônico, pois você inalará pouco ar fresco. Você estará inalando o ar do espaço morto respiratório. A respiração curta não é muito eficiente, porque apenas uma pequena parte de ar respirado toma parte de troca de gases, gás carbônico e oxigênio.


Por outro lado, ao respirar profundamente, você inalará muito mais ar fresco. Neste caso, existe uma proporção maior de ar fresco chegando nos pulmões. Isto significa que a respiração profunda é muito mais eficiente.




Mergulho em Água Doce e Água Salgada


O reino aquático tem, basicamente, dois tipos de ambientes: água doce e água salgada. Cda um tem diferentes condições, fauna, flora e considerações, que requerem técnicas e procedimentos diferentes.



  1. Mergulho em água doce: áreas de mergulho em área doce incluem lagos, represas, rios, pedreiras, etc... Há uma série de atividades de mergulho nestes locais, mas procure treinamento especializado entes de participar. Os principais problemas em água doce são: correntes, composição do fundo, visibilidade limitada, termoclimas, água fria, enroscos e barcos. Além disto, o mergulho pode ser em altitude, o que requer considerações especiais.

  2. Mergulho em água salgada: podemos dividir ambientes de água salgada em três áreas: Temperadas, Tropicais e Árticas. A maioria dos mergulhos recreacionais ocorrem em áreas temperadas e tropicais. Atividades nessas áreas incluem, além de simples observação: fotografia submarina, naufrágios, mergulho noturno, etc... As principais considerações neste ambiente incluem ondas, marés, correntes, corais, barcos, águas profundas, vida marinha e locais remotos.

  3. Mergulho Oceânico: exceto pelas grandes correntes oceânicas, permanentes e de largo espectro, o movimento de água mais importante aos mergulhadores é gerado pelas ondas. Ondas se formam pela ação do tempo do vento sobre a superfície do mar. A área onde as ondas arrebentam é chamada zona de arrebentação Mergulho através de arrebentação requer treinamento especial. Toda vez que uma onda quebra ba praia, ela volta em direção ao oceano, o que chamamos de refluxo. O refluxo se dissipa em profundidades de três metros ou menos, não causando preocupação, exeto alguns cuidados durante a entrada. As ondas chegam a costa com um discreto ângulo, formando as correntes costeiras. Outra forma de corrente a se considerar é a vazante, gerada por um afunilamento da massa de água por uma passagem estreita. Correntes vazantes podem ser fortes e problemáticas, carregando o mergulhador para longe da costa, rapidamente. Pode-se reconhecer uma corrente vazante ao ver uma faixa de água turva e espumosa, movendo-se em direção ao mar. Além disso, ela interrompe o padrão normal das ondas.


Marés



Maré é uma mudança rítimica do nível de água na costa, enchendo e esvaziando. Marés são causadas pela ação gravitacional do Sol e da Lua, puxando a água, e variam em duração e altura de lugar para lugar, devido a configuração geográfica. Marés afetam as condições de mergulho, ao gerar correntes, mudar profundidades e visibilidades. Geralmente há melhores condições de mergulho com maré cheia.



Manejo de Problemas à Superfície


A maioria dos problemas de mergulho ocorre à superfície, por mais estranho que possa parecer. Estes problemas de superfície podem ser prevenidos ou controlados assim:



  1. Mergulhe dentro das suas limitações;

  2. Relaxe enquanto mergulha;

  3. Estabeleça e mantenha flutuabilidade positiva, enquanto estiver na superfície.

Os principais problemas na superfície são exaustão, cãimbras e engasgamento por inalação de água.


Mergulhos em Condições Extenuantes ou Muito Frias


Frio, cansaço extremo podem fazer que seu corpo absorva mais N2 ao final de um mergulho, do que o esperado. Ao planejar um mergulho em águas frias ou sob condições mais extenuantes que as normais, use os limites de uma profundidade de 3 metros do que você mergulhar realmente.



Computadores de Mergulho e Planejamento de Mergulho



O uso de computadores vem se tornando uma maneira comum de se monitorar limites de tempo e profundidade nos mergulhos. Embora relativamente caros, oferecem uma série de conveniências. A maioria dos computadores calcula mergulhos em multinível, o que aumenta o tempo de fundo quando o mergulhador sobe para profundidades menores, onde a absorção de N2 é mais lenta. Além disto, computadores tem boa parte dos instrumentos presentes nos consoles, numa peça única. Ao decidir comprar um, lembre-se que não deixa de ser importante que você use as tabelas, como a RDP. Ao usar um computador de mergulho, tenha estes pontos em mente:



  1. Cada mergulhador de uma dupla deve ter seu próprio computador; não tente dividir um com sua dupla;

  2. Modelos diferentes de computadores tem diferentes limites de tempo. Você e sua dupla devem seguir o perfil ditado pelo computador mais conservativo;

  3. Se seu computador sofrer uma malfunção durante um mergulho, suba imediatamente de acordo com as suas instruções (do fabricante);

  4. Sempre faça um cálculo de reserva do seu mergulho com a RDP;

  5. Ao mergulhar numa embarcação de mergulhadores, avise o Divemaster que você está usando um computador.